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Recursos Tecnológicos e Educação: Amplitude de Possibilidades

Rosimar de Freitas Pessanha 

RESUMO
Destacaremos nesse estudo uma reflexão sobre a importância da tecnologia em sala de aula, bem como o interesse dos professores a se adaptarem à nova realidade educacional para integrar os recursos tecnológicos, como o computador e a internet à escola e à comunidade. A possibilidade de uma integração das tecnologias à educação requer do docente uma nova postura que levará o mesmo a rever sua prática em sala de aula, adequando os vários meios de informação à metodologia utilizada. Requer dos profissionais novas competências e atitudes para  criar e recriar estratégias e situações de aprendizagem que possam tornar-se significativas para o aprendiz, sem perder de vista o foco da intencionalidade educacional. O uso dos recursos tecnológicos podem ser confundidas com a simples presença do computador e  a qualidade da educação com políticas oficiais para a formação  continuada dos educadores. Neste sentido, surge um profundo questionamento a respeito do aprender a aprender a integrar as tecnologias da informação de forma a promover mudanças no modo de ensinar, de aprender  e de enxergar os jovens e crianças dessa geração. A pesquisa baseia-se em obras de autores como Moran ( 2002, 2004, 2007) , Valente (2001), Garcia Aretio (2004), Martins (1991) entre outros. O método utilizado foi pesquisa bibliográfica que traz a visão de vários autores especialistas  no assunto.
Palavras Chaves: Novas tecnologias, educação, integração, possibilidades.
1. INTRODUÇÃO
Temos acompanhado, nas últimas décadas e, principalmente, os debates, que se ampliam constantemente, sobre os efeitos das contínuas e rápidas transformações da sociedade contemporânea no contexto escolar. Na era tecnológica, o professor que já não era o detentor do saber, perde mais um pouco onde o saber é gratuito nas ondas da internet. As relações entre aluno e professor se transformam em razão disso, passam a ser mais horizontal e sem lugar fixo. Tomar consciência dessas transformações extremamente profundas e das suas  consequências constitui um desafio para o professor que não pode ser ignorado.
Há alguns anos atrás, supôs-se até que os computadores iriam tomar o emprego de milhões de professores; na realidade, mesmo nos países mais desenvolvidos, que dispõe de sistemas educacionais altamente informatizados, nunca se precisaram tanto de professores como hoje. A exigência está em qualificação  profissional diante da modernização tecnológica que não podem ser obtidos através dos processos tradicionais de formação profissional, mas demanda novos requisitos, novos conceitos de eficiência. 
O uso da tecnologia no contexto escolar requer a formação, o envolvimento e o compromisso de todos que atuam no processo educacional  no sentido de repensar o processo de ensino e aprendizagem na e para a sociedade do conhecimento. Cada um tem um papel específico e o uso da tecnologia deve atender a todos, para que, juntos possam articular as ações em prol desenvolvimento global do aluno.
Nesse estudo, vamos abordar sobre o perfil do educador frente às inovações tecnológicas e como o ensino e aprendizagem devem ser vistos para atender as novas exigências da sociedade. Utilizando metodologia bibliográfica, este estudo faz uma análise de pesquisas de  autores como Moran (2002, 2004, 2007), Valente (2001), Kyrillos (1998), Garcia Aretio (2004) entre outros, que retratam as novas necessidades requeridas para os profissionais em educação.
Por ser um tema atual, este estudo possibilita uma reflexão sobre dilemas e perspectivas para os educadores diante de uma sociedade em transformação e de uma nova geração mais exigente, mas que precisa aprender a ser capaz de atender às demandas dos novos ambientes de aprendizagem e ser capaz de perceber-se como parte de uma comunidade real ou virtual de aprendizagem colaborativa e desempenhar um novo papel nessa comunidade.
A educação à distância também é analisada como uma modalidade específica de ensino que surge com inúmeras vantagens de formação inicial e continuada de professores.
2. REFLEXÕES SOBRE O PERFIL DO NOVO EDUCADOR NA ERA TECNOLÓGICA
As drásticas mudanças e violentas transformações que estão ocorrendo no mundo têm sido característica marcante da última década, atingindo todo o âmago da sociedade, das instituições, das escolas e do ser humano. As novas descobertas e conquistas  influenciaram e ainda influenciam as ciências, a arte, a economia, e todas as atividades do ser humano . Junto a elas vieram as contradições e problemas da vida atual. Com toda ciência e tecnologia de ponta ainda não foram suficientes para resolver os problemas e o mundo avança  em direção à uma  situação caótica. A fome, a miséria, a ignorância se alastram. A sociedade está caracterizada por um contexto de crises em todos os seus aspectos: cultural, social, político, econômico, científico, educacional e ambiental. É um momento de cisão, provocado principalmente por respostas insuficientes, que exigem reações rápidas e precisas para a sua solução e superação.
Esse contexto de crise e desigualdades exige uma revisão radical na nossa maneira de interpretar a realidade. Inseridas na sociedade, as instituições educacionais brasileiras atravessam um longo período de insatisfação, por parte de professores, alunos, pais e comunidades. Nesse sentido, a função da educação vai além da transmissão de conhecimentos científicos e técnicos. O que está em jogo é uma educação preparada para a formação de alunos que pense e aja diante dos problemas da sociedade atual e seja um agente de transformação dessa sociedade, tornando-a mais justa e igualitária. A tecnologia que está presente e evoluindo a cada dia deve ser posta diante desses alunos como um instrumento para ajudar a resolver tais problemas e não como uma simples diversão ou uma aula diferente.
 Souza (1999: 23), fazendo uma análise sobre as possibilidades da comunicação em educação e da tecnologia como fundamental nesse contexto, afirma que:
Talvez a escola consiga, do mesmo modo que a comunicação como processo social, ultrapassar a idéia de tecnologias da comunicação como sendo determinantes do seu papel social. A compreensão da escola e da comunicação como construtora de significado da vida social, apesar dos meios ou devido a eles, dá-lhes novas razões de parceria.
Kyrillos (1998) procurando analisar a educação profissional e o mercado de trabalho quanto aos novos requisitos afirma que em função do avanço tecnológico frequente e constante, exige profissionais capazes e com aptidão intelectual para adaptar técnicas e até mesmo mudar de função ou profissão no decorrer de sua atuação, o que requer uma formação tecnológica que contemple uma sólida base humanista de modo a permitir uma boa integração interpessoal, um bom relacionamento humano, a adaptabilidade a novos e diferentes ambientes de trabalho, repletos  de peculiaridades e não é diferente para o professor.

A atual situação da educação brasileira tem sido objeto de estudo e preocupação uma vez que nos deparamos com uma escola excludente e com um ambiente para confinar crianças e adolescente, enquanto seus pais trabalham. Segundo Moran (2008)
Os alunos estão prontos para a multimídia, os professores, em geral, não. Os professores sentem cada vez mais claro o descompasso no domínio das tecnologias e, em geral, tentam segurar o máximo que podem, fazendo pequenas concessões, sem mudar o essencial. Creio que muitos professores têm medo de revelar sua dificuldade diante do aluno. Por isso e pelo hábito mantêm uma estrutura repressiva, controladora, repetidora. Os professores percebem que precisam mudar, mas não sabem bem como fazê-lo e não estão preparados para experimentar com segurança. Muitas instituições também exigem mudanças dos professores sem dar-lhes condições para que eles as efetuem. Frequentemente algumas organizações introduzem computadores, conectam as escolas com a Internet e esperam que só isso melhore os problemas do ensino. Os administradores se frustram ao ver que tanto esforço e dinheiro empatados não se traduzem em mudanças significativas nas aulas e nas atitudes do corpo docente.
Pelo que se observam, os recursos tecnológicos de um modo geral provocaram e provocam grande preocupação para a maioria dos profissionais da educação.
O grande desafio do profissional da educação, mais do que utilizar tal ou qual recurso tecnológico é pautar-se em princípios que privilegiam a construção do conhecimento, o aprendizado significativo, interdisciplinar e integrador do pensamento racional, estético, ético e humanista. A escola precisa deixar de ser meramente uma agência transmissora de informação e focar sua intensionalidade na aprendizagem de fato. O foco da aprendizagem é a busca da informação significativa, da pesquisa, o desenvolvimento de projetos e não predominantemente a transmissão de conteúdos específicos. E a tecnologia está aí como um instrumento de amplas possibilidades.
Como afirma Veiga (apude MORAN, 2007)
É preciso evoluir para se progredir, e a aplicação da informática desenvolve os assuntos com metodologia alternativa, o que muitas vezes auxilia o processo de aprendizagem. O papel então dos professores não é apenas o de transmitir informações, é o de facilitador, mediador da construção do conhecimento. Então, o computador passa a ser o 'aliado' do professor na aprendizagem, propiciando transformações no ambiente de aprender e questionando as formas de ensinar ( 2007, p.2).
Desta forma os profissionais da educação de hoje devem mergulhar no novo modo de aprender e ensinar, onde todos são emissores e receptores de informação, logo educador e educando constroem juntos os conhecimentos, ensinando-se mutuamente.
Tendo em vista um processo de ensino e aprendizagem entendido como comunicação, diálogo e interação, nada melhor que assumir a importância e utilização dos recursos de multimeios nas práticas pedagógicas. Segundo Moran (2007) os professores podem ajudar os alunos incentivando-os a saber perguntar, a enfocar questões importantes, a ter critérios na escolha de sites, de avaliação de páginas, a comparar textos com visões diferentes. Os professores podem focar mais a pesquisa do que dar respostas prontas. Podem propor temas interessantes e caminhar dos níveis mais simples de investigação para os mais complexos; das páginas mais coloridas e estimulantes para as mais abstratas; dos vídeos e narrativas impactantes para os contextos mais abrangentes e assim ajudar a desenvolver um pensamento arborescente, com rupturas sucessivas e uma reorganização semântica contínua.
As novas tecnologias de informação e da comunicação articulam várias formas eletrônicas de armazenamento, tratamento e difusão da informação. Para Valente (2001), pesquisador e escritor sobre novas tecnologias na educação, os computadores estão propiciando uma verdadeira revolução no processo ensino-aprendizagem, devido à variedade de softwares para auxílio deste processo, assim como a sua utilização tem provocado vários questionamentos a respeito dos métodos de ensino utilizados. De acordo com Valente, o educador deve conhecer o que cada ferramenta tecnológica tem a oferecer e como pode ser explorada em diferentes situações educacionais.
A TV digital é um outro recurso bastante promissor que está chegando. Através de seu uso, os alunos poderão ter mais oportunidades de serem produtores de conteúdos multimídia, como acontece hoje na Internet com o site YouTube, onde qualquer pessoa pode divulgar um vídeo, seja amador, seja profissional. Os usuários avaliam o conteúdo do vídeo pela quantidade de acessos e pelo número de estrelas atribuído. Quanto melhor avaliado um vídeo, mais aparece para o público ou na pesquisa do site. A tv digital pode oferecer, com mais qualidade a exibição dessas produções feitas pelos usuários e acrescentar recursos de pesquisa e navegação fáceis e hiper-realistas e que a maioria dos estudantes, sejam crianças, adolescentes ou adultos gostam e se interessam.
 A democratização do acesso a esses produtos também é um grande desafio para a sociedade atual e demanda esforços e mudanças nas esferas econômica e educacional, cabe ao poder público propiciar o acesso de todos os educandos às tecnologias de comunicação e informação. Segundo Moran:
O primeiro passo é procurar de todas as formas tornar viável o acesso frequente e personalizado de professores e alunos às novas tecnologias, notadamente à Internet. É imprescindível que haja salas de aulas conectadas, salas adequadas para a pesquisa, laboratórios bem equipados. (2004, p. 44).
Quando o educador estiver familiarizado com as questões técnicas da tecnologia, estará capacitado a explorar a informática em atividades pedagógicas com a interação entre os conteúdos de ensino, a desenvolver projetos educacionais com a utilização da informática como apoio pedagógico e saberá desafiar os alunos para que, a partir do projeto que cada um desenvolver, seja possível atingir os objetos pedagógicos que foram determinados em seu planejamento de ensino.

2.1 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO COMO MEIO DE  FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES À DISTÂNCIA
Um dos maiores desafios na educação é o enfrentamento da expansão da informação, perante a emergência de um tipo de sociedade que parece compatibilizar a produção de enorme quantidade de informações com o massivo uso de tecnologias eletrônicas em rede. Surgem novas formas de ensinar, de aprender e de construir o conhecimento. Nesse contexto, na área de capacitação de professores, o Ministério da Educação e Cultura formulou e passou a implementar uma política educacional pautada pelo objetivo de valorização do magistério. Dentre as várias ações propostas com esse objetivo, destaca-se  a capacitação de professores por meio da educação à distância.
A Secretaria de Educação a Distância - SEED representa a clara intenção do atual governo de investir na educação a distância e nas novas tecnologias como uma das estratégias para democratizar e elevar o padrão de qualidade da educação brasileira. São mais de quinze programas e projetos. Dentre os vários programas e projetos que já estão em andamento destacam-se: o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo) cuja atribuição principal é a de introduzir o uso das tecnologias de informação e comunicação nas escolas da rede pública, além de articular as atividades desenvolvidas sob sua jurisdição, em especial as ações dos Núcleos de Tecnologia Educacional (NTEs); Mídias na Educação é um programa a distância, com estrutura modular, com o objetivo de proporcionar formação continuada para o uso pedagógico das diferentes tecnologias da informação e da comunicação - TV e vídeo, informática, rádio e impresso; O Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) tem como prioridade a formação de professores para a Educação Básica. Para atingir este objetivo central a UAB realiza ampla articulação entre instituições públicas de ensino superior, estados e municípios brasileiros, para promover, através da metodologia da educação a distância, acesso ao ensino superior para camadas da população que estão excluídas do processo educacional;  O e-ProInfo é um Ambiente Colaborativo de Aprendizagem que utiliza a Tecnologia Internet e permite a concepção, administração e desenvolvimento de diversos tipos de ações, como cursos a distância, complemento a cursos presenciais, projetos de pesquisa, projetos colaborativos e diversas outras formas de apoio a distância e ao processo ensino-aprendizagem; O Pró-licenciatura tem por objetivo a oferta de vagas para cursos de licenciatura, na modalidade a distância, nas áreas de maior carência de professores para a educação básica por meio de assistência financeira a Instituições de Ensino Superior públicas, comunitárias e confessionais (MEC, 2009). Além desses projetos, são muitas outras ferramentas à disposição do professor para continuar sua formação.
Há considerada demanda por ensino em todos os níveis, inclusive, profissionalização da mão-de-obra, disposta ao mercado de trabalho, que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n° 9.394/1996), em seu Art. 80, assim preconiza: "O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino e de educação continuada".
Segundo Garcia Aretio (1994), a Educação a Distância é um processo educativo que se apóia na comunicação bidirecional, promovendo a participação e a satisfação de uma gama ampla de aspirações dos alunos, mediante textos impressos e eletrônicos, telemática, tutoria, atuando com eficiência e eficácia, a fim de atender às necessidades conjunturais da sociedade e da população dispersa geograficamente. A EAD, no cenário das grandes mudanças, é uma estratégia metodológica alternativa para um grande contingente populacional, fora da forma tradicional de ensino. Apesar da comunidade educativa ainda manifestar atitudes de reserva quanto à modalidade de EAD, muitos pesquisadores afirmam que o futuro da educação é a teleducação. O processo de internacionalização da economia, da comunicação e das informações está exigindo reconstruções teóricas radicais no campo da educação. Com o processo de globalização, emerge a necessidade de um novo tipo de associação entre educação e trabalho.
Segundo Martins (1991), "como modalidade alternativa, a educação a distância contribui para a construção de um marco de emancipação coletiva, e oferece possibilidades permanentes de ampliação da cultura sobre os diversos setores da vida humana. Num país como o Brasil, extenso em território geográfico e extremamente carente em educação, o ensino universitário continua sendo privilégio das elites". Há que se pensar em políticas públicas que atendam a todos, para que os antigos excluídos da escola tradicional não sejam os mesmos da escola transformada em mercado aberto.
Outro desafio da educação à distância é a questão da interatividade que tem uma consequência importante no processo geral de aprendizagem.
Como define Garcia Aretio (1994):
A educação a distância é um sistema tecnológico de comunicação bidirecional que pode ser massivo e que substitui a interação pessoal, na sala de aula, entre professor e aluno como meio preferencial de ensino, pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e o apoio de uma organização e tutoria que propiciam uma aprendizagem independente e flexível.
 A aprendizagem pode ser interrompida pelo professor ou pelo próprio aluno em cada sequência interativa. Mas, por outro lado, o computador não contesta e nem pune, o que torna a aprendizagem mais prazerosa.
O Ambiente Virtual de Aprendizagem é um espaço social e virtual na Web, de interações, de trocas de conhecimentos, de desenvolvimento de condições, estratégias e intervenções para melhorar o processo de aprendizagem, numa linguagem hipermídia, cujos processos interativos entre participantes são auxiliados pela interface gráfica (PRADO, 2002). Esse novo espaço vai além de uma simples apropriação de conteúdos. O aprender depende do  esforço  que levará o aprendiz a caminhar em seu processo de formação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O perfil profissional demandado pelo setor produtivo não é diferente do perfil profissional do processo educacional. Conhecimentos tecnológicos, domínio dos processos produtivos e qualidades pessoais, com níveis adequados de criatividade, qualidade, produtividade e desenvolvimento pessoal e emocional, fazem parte dos itens fundamentais do perfil do educador para essa geração. No contexto atual, o novo paradigma da educação está na ênfase de educar centrado no crescimento pessoal e coletivo, na busca de uma autoconsciência e da visão ecológica, na autonomia para a vida e nas competências conscientes, conforme citam os autores nos textos acima.  Os professores não podem ser, simplesmente, aprendizes de técnicas. Para dar conta de um aluno integrado numa nova era, relacional, apto a viver em ambientes informatizados, conscientes ecologicamente e críticos no seu papel social num mundo sem as antigas fronteiras geográficas e de conhecimento, o professor precisa ir muito além do que aprender a manusear um computador. A prática do professor deve expressar a articulação entre os interesses/necessidades dos alunos, o contexto/real e a intencionalidade pedagógica, por meio da criação de situações que possam favorecer o processo de construção do conhecimento do aluno. Isto significa que a prática do professor deve ser orientada por uma pedagogia relacional e complexa compatível com as características da sociedade do conhecimento e da tecnologia.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996). LDB: Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional: Lei n. 9.394, de 1996. Brasília: Senado Federal, Secretaria
Especial de Editoração e Publicação, 1997.
_____. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria. http://portal.mec.gov.br/seed/. Acesso em 05/02/2009.
GARCIA ARETIO, L. Educación a distancia hoy. Madrid: UNED, 1994.

MARTINS, O. B. A educação superior a distância e a democratização do saber. Petrópolis: Vozes, 1991.

MORAN, José Manuel. A educação que desejamos: Novos desafios e como chegar lá. Papirus, 2007, p. 101-111

_____. Ensino e aprendizagem inovadora com tecnologias audiovisuais e telemáticas. In: Moran, José Manuel, MASETTO, Marcos Tarciso, BEHRENS, Marilda A. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 8. ed. Campinas : Papirus, 2004. p. 11-63.
 www.eca.usp.br/prof/moran/integracao.htm . Acesso em 06/02/2009.
_____.A integração das tecnologias na educação. In: www.eca.usp.br/prof/moran/integracao.htm.  Acesso em 02/12/2008.
PRADO, Maria Elisabette Brisola Brito. Educação a distância: os ambientes virtuais e algumas possibilidades pedagógicas. PGM 3 - EaD: integrar saberes e tecer redes. Disponível em: www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2002/te/tetxt3.htm. Acesso em: 05/02/2009.
SOUZA, Mauro Wilton de Souza. Comunicação e Educação: Entre meios e mediações. In: Cadernos de Pesquisa. Março, 1999, n.106. Fundação Carlos Chagas: Autores Associados. São Paulo.
VALENTE, José Armando. O computador como ferramenta educacional. Disponível em <http://www.nied.unicamp.br/publicacoes/separatas/sep4.pdf> Acesso em 03/02/2009.
_____. Computadores e Conhecimento: Repensando a Educação. Campinas : Nied, 1995. p. 21-76. VEIGA, Marise Schmidt. Computador e Educação? Uma ótima combinação. In: BELLO, José Luiz de Paiva. Pedagogia em foco. Petrópolis - RJ, 2001. Disponível em : <http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/ineud01.htm> Acesso em: 03/02/2009.


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Entre o Quadro-Negro e o Data-Show

Jairo Brasil Vieira

Abuso é um vocábulo originário do latim "abusus" que indica um "comportamento inadequado ou excessivo." Segundo o dicionário Aurélio, o abuso significa "uso mau, excessivo ou injusto." Quando falo de abuso, também poderia falar de exagero, que no Aurélio tem como significação "coisa desmedida e que ultrapassa os limites." Mas para que serve sabermos o que é "abuso" ou "exagero"? Para mim, tudo que é aplicado de forma abusada ou exagerada, pode ser considerado um vício. E como vício, certamente não faz bem.
Todos nós docentes sabemos a transformação por que passa a educação na atualidade. Reconhecemos a teoria da Educação Bancária de Paulo Freire, e sabemos o quanto temos que usar de criatividade para instigar alunos na busca do conhecimento. E isso certamente depende de recursos pedagógicos inovadores. Tornar o ambiente de sala de aula interessante, de modo a que os alunos estejam constantemente motivados, não é fácil. As aulas expositivas cada vez mais devem ceder espaço à elaboração de pesquisas, projetos e à resolução de situações-problema. Pelo menos é isso que acredito ser nosso constante desafio, principalmente no ensino profissionalizante. Machado (2002) destaca que:
"...a formação escolar deve prover as pessoas de competências básicas, como a capacidade de expressão, de compreensão do que se lê, de interpretação de representações; a capacidade de mobilização de esquemas de ação progressivamente mais complexos e significativos nos mais diferentes contextos; a capacidade de construção de mapas de relevâncias das informaões disponíveis, tendo em vista a tomada de decisões, a solução de problemas ou o alcance de objetivos previamente traçados; a capacidade de colaborar, de trabalhar em equipe e, sobretudo, a capacidade de projetar o novo, de criar em um cenário de problemas, valores e circunstâncias no qual somos lançados e no qual devemos agir solidariamente." (p. 151-152)
Portanto, para ter sucesso nessa empreitada tão difícil, o docente deve recorrer a vários recursos em sala de aula. Se abusar ou exagerar na utilização de algum deles, seja o quadro-negro (ou lousa como queiram alguns) ou a mídia espetáculo da aula-show, estará sujeito a converter o ambiente no mais completo marasmo. Com isso, perdem a oportunidade de prover nossos discentes de competências básicas, tais como cita Machado (2002) acima. Nosso alunos devem ser motivados à leitura (interpretativa e crítica) e à discussão reflexiva, à resolução de problemas fazendo uso de suas experiências em consonância com a experiência trazida pelo professor.
Observa-se na maioria das Escolas um disputa acirrada pela reserva desses recursos multimidiáticos. Não que não seja uma forma pós-moderna de apresentar conteúdos, principalmente pela facilidade na exposição de imagens e no uso de um colorido que deixa o quadro-negro na pré-história. Mas convenhamos, o data-show não é um recurso exclusivo para atuação docente. Será que não temos outras alternativas tão interessantes quanto essa como forma de motivar nossos alunos na busca por competências? Muitas vezes, tanto a aula expositiva no quadro-negro pode ser desmotivadora quanto a aula expositiva no data-show. A única coisa que se modifica é o formato, pois o objetivo alcançado pode ser idêntico. Muitas vezes o uso do data-show, principalmente se utilizado no "escurinho do cinema", pode levar a uma malimolência extrema.
Celso Antunes em sua obra "Professores e Professauros", à qual recomendo, destaca que uma boa aula deve abrigar cinco atributos essenciais:
a) Protagonismo - Onde o aluno é o eixo do processo educacional e não um espectador com a função de ouvir.
b) Linguagem - Proporcionar um ambiente de aprendizagem que permita tanto com o professor quanto com os colegas, discussões, debates, interrogações, sugestões, análises e propostas.
c) Administração de Competências Essenciais - A sala de aula deve ser o palco central de estímulos a diferentes competências essenciais à aprendizagem, em busca de uma visão sistêmica.
d) Construção de Conhecimentos Específicos - Ligar o que se aprende ao que já se sabe, fazendo uma ponte entre o que se aprende e a vida que se vive.
e) Auto-avaliação - Descobrir que a aula foi um efetivo instrumento de transformação, uma mudança de estado entre o que se sabia antes de ela começar e o progresso posterior constatado.
Por tudo isso é necessário refletir se não estamos exagerando ou abusando no uso de algum tipo de recurso necessário à nossa prática docente. Não temos deixado de lado práticas importantes como a pesquisa na biblioteca, a elaboração e apresentação de trabalhos ou a resolução de situações-problema desafiadoras?
Prof. Jairo Brasil é Mestre em Educação pela Unisinos e docente em escolas técnicas profissionalizantes da região metropolitana de Porto Alegre.
 

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Alfabeto em português























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Baby Looney Tunes












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Educadores do Brasil, Paulo Freire







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Paulo Freire - Karl Marx (subtitled)

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Paulo Freire e a TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO